Código
RC088
Área Técnica
Glaucoma
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: CEPOA
Autores
- LAIS FERNANDA CALDI DORNELLAS CARVALHO (Interesse Comercial: NÃO)
- JESSICA GONZAGA LOPES (Interesse Comercial: NÃO)
- SAMANTHA SOARES VASQUES (Interesse Comercial: NÃO)
Título
RELATO DE CASO: GLAUCOMA SECUNDARIO A UVEITE POR HANSENIASE
Objetivo
Descrever o caso de um paciente recém-diagnosticado com hanseníase que apresentou manifestações oculares sugestivas de sequela de uveíte infecciosa prévias ao diagnóstico.
Relato do Caso
LFNM, masculino, 59 anos, branco compareceu para consulta para controle de glaucoma diagnosticado há 10 anos em uso de Brimonidina 0,2%, Timolol 0,5% e Bimatoprosta 0,03% regularmente. Portador de HAS e DM. Pai portador de glaucoma. Ao exame apresentou AV de 20/25 em OD e 20/20 em OE. À biomicroscopia apresentou nódulos irianos na borda pupilar em AO, principalmente em OE, e atrofia pigmentar da íris. PIO 13mmHg em AO; Gonioscopia com corpo ciliar 360° com pigmentos 3+/4+ em AO; E/D 0,7 em OD e 0,8 em OE; CVC normal AO. Foram solicitadas sorologias virais para elucidação dos nódulos, aventando-se a hipótese de uveíte infecciosa, no entanto todas negativas. Entre o intervalo de uma consulta e outra surgiram lesões hiperemiadas em forma de alvo, com centro claro, hipoestésicas, de bordos definidos em dorso e membros superiores tendo então o paciente sido atendido por dermatologista que confirmou o diagnóstico de Hanseníase, o que explica a manifestação ocular dos nódulos irianos (perólas de íris) e também a hipótese diagnóstica de glaucoma secundário à uveíte.
Conclusão
No Brasil a hanseníase é uma doença endêmica. Em 2016 foram notificados 25.218 novos casos, perfazendo uma taxa de detecção de 12,2/100mil hab., sendo o segundo país com o maior número de casos novos registrados no mundo. Apesar das complicações oculares ocorrerem cerda de 5 a 10 anos após o início da hanseníase, cada vez mais são descritas manifestações oculares em pacientes recém-diagnosticados. No caso do paciente do relato, as manifestações ocorreram antes mesmo do surgimento de lesões na pele que possibilitaram o diagnóstico e tratamento adequado. O indivíduo que tem alteração de sensibilidade tátil vale-se ainda mais da visão para se proteger, portanto é de extrema importância que os pacientes portadores de hanseníase tenham acompanhamento oftalmológico para minimizar as sequelas oculares.
ANVISA: 25352012367201880